O Jornalismo Científico é a área desta atividade que se dedica a fazer notícias sobre investigações e temas de Ciência. Portanto, o Jornalista de Ciência dá eco às grandes (e às pequenas) descobertas científicas.
No mundo do Jornalismo, é habitual ter de se fazer tudo! Isto significa que um Jornalista tanto pode ter de ir a uma conferência científica, a um congresso político ou a um festival de música.
Assim, a polivalência é importante para quem quer entrar numa redação. Mas em certas áreas faz todo o sentido ter profissionais especializados. Esse é o caso, por exemplo, do Jornalismo de Economia e do Jornalismo Científico, entre outros.
Na área científica, o rigor é essencial para alcançar resultados válidos. E o Jornalista de Ciência tem de ser igualmente rigoroso a divulgar as informações.
Mas fica connosco para saberes mais sobre esta profissão!
O que é Jornalismo Científico
O Jornalismo Científico passa por investigar questões do foro da Ciência, por exemplo, a partir de pesquisas divulgadas. Mas também pode ter uma componente de divulgação científica, envolvendo a cobertura de eventos ou congressos.
Contudo, muitas vezes, o trabalho de um Jornalista de Ciência reporta para artigos científicos, ou seja, para pesquisas. Assim, cabe-lhe “traduzir” para uma linguagem compreensível o jargão dos cientistas, “descomplicando” esses termos para dar a notícia às pessoas.
Trata-se de uma área que andou adormecida durante alguns anos, embora tenha começado a crescer após a II Guerra Mundial. Mas a Internet veio dar-lhe força, pois cada vez é mais importante ter informações e fontes credíveis.
Além disso, vários sites começaram a apostar nas notícias de Ciência, com o Jornalista Digital a fazer também esse papel.
O que faz um Jornalista de Ciência
Um Jornalista de Ciência investiga e reporta notícias no âmbito de áreas tão distintas como Arqueologia, Medicina, Astronomia, Biotecnologia, Física, Química, Sociologia e Psicologia, entre muitas outras.
Mas, além de notícias em jornais, revistas e sites, também pode escrever comunicados de ciência, relatórios e até brochuras de centros de investigação. Tudo depende do tipo de funções que tiver e onde trabalhar.
Mas o ex-Editor da conceituada revista científica New Scientists, Micheal Kenward, tinha uma definição mais profunda sobre o que é o Jornalismo Científico. “Explicar coisas que todos podem entender, mas que alguns podem preferir manter enterradas”, referiu.
Na verdade, é um trabalho de investigação e reporte como acontece no Jornalismo em geral. Assim, trata-se de pesquisar, escrever e editar notícias científicas. Mas também pode ser Repórter de TV ou Repórter de Rádio especializado no âmbito científico.
Algumas das pautas que pode tratar são descobertas científicas, marcos tecnológicos, curiosidades, desenvolvimento de novos produtos e pesquisas. Mas também pode falar de leis, bem como de financiamentos públicos e de políticas para a Ciência.
No seu trabalho, lida com fontes como pesquisadores, entidades governamentais da área científica e da Saúde, especialistas e pacientes ou utilizadores, entre outros.
Como ser um bom Jornalista Científico
Para isso é preciso cumprir os seguintes requisitos:
- Ter especial interesse por Ciências (ou por uma Ciência em particular)
- Dominar informação científica complexa
- Saber escrever de forma clara
- Ótimas capacidades de comunicação
- Conseguir “descomplicar” ideias e conceitos
- Muita organização
- Aptidão para gerir bem o tempo
- Capacidade de trabalhar sob pressão
- Paciência e persistência
- Ser flexível
- Muita motivação.
Quais as suas funções
O trabalho de um qualquer Jornalista é muito mais do que apenas escrever, ou gravar, a notícia que chega ao público. Essa é apenas a reta final do que pode descrever-se como uma maratona!
Assim, tudo começa com uma ideia inicial que pode ter sido motivada por um comunicado sobre uma investigação, uma descoberta ou um produto científico inovador, por exemplo.
Depois disso, inicia-se a investigação do Jornalismo Científico. É preciso ler muita coisa, procurar quais serão as melhores fontes para falar do assunto e começar os contactos.
Assim, quando o Jornalista de Ciência chega à fase das entrevistas, já tem uma boa dose de dados para tratar. É importante que esteja bem por dentro do assunto para poder fazer as perguntas certas aos entrevistados. Esse trabalho é essencial para ir ao fundo das questões e para chegar à verdade.
Entretanto, é preciso organizar toda a informação, para redigir o texto, ou gravar a peça, caso seja um Repórter de TV ou Repórter de Rádio. Mas também é preciso pensar na forma de apresentar a notícia, escolhendo imagens e grafismos.
Portanto, é uma “missão” com várias camadas.
Em resumo, podemos dizer que um Jornalista de Ciência tem tarefas como:
- Produzir artigos/peças para jornais, revistas, sites, televisões ou rádios
- Entrevistas cientistas, médicos e académicos
- Ir a conferências de imprensa e eventos académicos
- Visitar centros de investigação
- Ler e investigar artigos científicos e relatórios
- Rever o seu trabalho e fazer correções
- Ajudar a escolher as imagens para ilustrar o artigo/peça.
Quanto ganha um Jornalista Científico
Os valores salariais praticados no Jornalismo Científico dependem de fatores como a experiência e o grau de especialização. Mas também são influenciados pelo tipo de publicação ou de media onde trabalha.
Assim, nos jornais e canais generalistas, com uma Editoria de Ciência, os salários serão muito semelhantes aos do resto da redação.
Já no caso de publicações científicas, tudo depende da especialidade, bem como do prestígio da mesma. Em revistas do setor médico, onde se exigem fortes conhecimentos desta área, os ordenados podem ser mais interessantes.
Saídas no Mercado de Trabalho
O Jornalismo Científico está em alta e a pandemia de covid-19 muito contribuiu para isso. Numa altura marcada por um “vírus” de fake news e por teorias da conspiração que se espalham pelas redes sociais, é cada vez mais importante ter acesso a informação rigorosa.
É, neste âmbito, que o Jornalista de Ciência tem vindo a ganhar espaço, por exemplo, no espaço digital. Cada vez mais, os jornais generalistas apostam na Editoria de Ciência, pois é uma área muito interessante para chamar novos públicos.
Assim, as oportunidades para o Jornalista Científico estão aí, sobretudo em locais como:
- Jornais e revistas generalistas
- Revistas científicas académicas
- Publicações de divulgação científica
- Canais de Televisão
- Rádios
- Sites de Informação
- Associações profissionais de ciência
- Institutos ou centros de pesquisa
- Empresas farmacêuticas/médicas
- Instituições de ensino.
O sonho de quem abraça esta área passa por chegar a publicações conceituadas como New Scientist, Nature ou The BMJ, o famoso British Medical Journal.
Como entrar no Jornalismo Científico
Muitos Jornalistas de Ciência têm experiências e formações distintas. Nem todos são graduados em Jornalismo, mas também há alguns que não têm qualquer formação científica. Portanto, não há um caminho único ou evidente.
Contudo, ter uma formação em Ciência pode ser um primeiro passo para ter sucesso. Além disso, será interessante fazer algum curso de Jornalismo, só para captar as práticas centrais desta atividade.
De qualquer modo, o ideal será que te especializes numa área científica. Assim, poderás saber tudo do assunto, o que te vai dar trunfos para abordares o mercado de trabalho. Mas, assim, também limitarás as tuas oportunidades a apenas essa área.
Portanto, é uma questão de escolha. Deves fazer as tuas apostas em função das tuas capacidades, mas sem esquecer aquilo que mais gostas.
Entretanto, deves procurar fazer um portefólio de trabalhos, nem que seja a escrever no teu blogue. Também podes colaborar com jornais ou sites mais pequenos.
Também podes fazer estágios profissionais em grandes revistas ou jornais. Essa será uma boa oportunidade de entrar nesse universo pela porta grande e será uma experiência ótima para colocar no currículo.
Além disso, deves participar em eventos para manteres contactos com a comunidade científica, mas também com Jornalistas Científicos. O networking, ou seja, manter uma rede de contactos pode ser essencial para ter uma boa oportunidade.
Podes encontrar mais informação nos sites da Federação Mundial dos Jornalistas Científicos e da Rede de Ciência e Desenvolvimento ou SciDev.Net.
Onde estudar Jornalismo Científico
O Jornalismo é uma das possíveis formações que podes fazer para entrar neste mundo. Contudo, há quem diga que pode ser inútil para quem vai escrever sobre Ciência! Mas é uma ideia errada. Repara que é essencial conhecer a linguagem típica da área, bem como as questões éticas associadas à profissão.
Alguns cursos de Comunicação têm a cadeira de Jornalismo Científico.
Contudo, também podes ter interesse por alguma Ciência em particular. Nesse caso, deves procurar formação nessa área e depois, podes fazer cursos em Jornalismo.
O ideal é que faças escolhas que vão ao encontro do que tu gostas, bem como do teu potencial e capacidades.
Vamos ajudar-te a começar essa busca com alguns links…
Portugal:
Brasil:
Agora que já sabes o que faz um Jornalista de Ciência, estás mais apto a avaliar se é este o caminho que queres seguir.
Queres mudar de carreira ou de área de estudo? Procuras uma área para começares a tua formação? Qualquer que seja a resposta, tens que estar preparado para duas verdades: o Jornalismo Científico exige muita paixão e dedicação.
Estás pronto para o desafio? Torcemos pelo teu sucesso.
Mas se continuas com dúvidas, faz os nossos Testes Vocacionais, pois vais encontrar outras sugestões de profissões ideais para o teu perfil. Estás à espera de quê? O futuro é já amanhã.