A possibilidade de estudar no estrangeiro é única e enriquecedora a todos os níveis. A título académico, é uma grande aprendizagem que permite abrir horizontes, além de se conhecerem pessoas de outros contextos sociais e culturais.
É algo que te passa pela cabeça? Do que estás à espera?
Se ainda tens dúvidas, continua a ler. Vamos dar-te algumas dicas e conselhos sobre como é isso de viver uma aventura académica lá fora. Fica por dentro!
Porque estudar no estrangeiro?
Já realçamos, ao de leve, que estudar no estrangeiro é ótimo para o percurso académico de um estudante. Fica sempre bem incluir no currículo uma experiência lá fora, sobretudo em certas áreas profissionais.
Na hora de procurares um emprego, isso pode ser determinante para te destacares dos demais candidatos. Imagina, por exemplo, que precisas de boas competências de Inglês – uma passagem por Londres, nem que seja por três meses, será um trunfo importante.
Outra vantagem já apontada passa pela hipótese de conhecer pessoas de outras latitudes, com experiências e vivências diversas da tua. Isso será ótimo para o teu crescimento pessoal, permitindo-te conhecer outras culturas.
Além disso, terás de te adaptar a essas diferenças, o que é outra mais-valia importante para o mercado de trabalho. Sabias que a adaptabilidade e a flexibilidade estão entre as competências digitais mais importantes para triunfar no mundo online?
Os empregadores também valorizam a inteligência Cultural e a consciência da diversidade, uma vez que saber lidar com as diferenças ajuda a manter um ambiente de trabalho mais saudável.
Por outro lado, estudar na estrangeira pode ser um passo decisivo de transição para a vida adulta, pois vai permitir-te ganhar autonomia. Estar longe de casa, distante do conforto do lar e da “mamã”, vai dar-te asas para seres mais independente e ganhares experiência de vida.
Essa maturidade será também valorizada quando chegares ao mercado de trabalho.
Mas os empregadores também podem ver-te como uma pessoa mais ambiciosa, disposta a abraçar uma mentalidade global e capaz de trazer para o trabalho novas abordagens.
Mas o que fazer?
Há várias possibilidades para quem quer estudar no estrangeiro. Algumas universidades incentivam os seus próprios alunos a terem aventuras lá fora, em instituições parceiras, no âmbito de intercâmbios com outros estudantes desses países.
Podes obter muitas informações online, ou ainda participar em eventos como a feira Study Abroad que vai decorrer a 25 e 26 de fevereiro, em Lisboa e no Porto, respetivamente. É uma iniciativa de entrada gratuita, mas sujeita a inscrição prévia.
Para já, podes ficar, já de seguida, com algumas hipóteses a explorar para cumprir esse teu desejo de viver uma experiência académica noutro país.
1. Programa Erasmus
Erasmus são as iniciais de European Region Action Scheme for the Mobility of University Students e estamos a falar de um programa que facilita a mobilidade entre estudantes e professores universitários entre estados-membros da União Europeia (UE) e países associados.
Para o período de 2021 a 2027, o programa Erasmus+ tem um orçamento global de 26,2 mil milhões de euros e o foco é a inclusão social, as transições ecológica e digital e a promoção da participação democrática dos jovens.
É importante referir, contudo, que o programa Erasmus+, como é designado oficialmente, também apoia a mobilidade e o intercâmbio de estudantes do ensino e da formação profissionais, da educação escolar e da educação de adultos.
As candidaturas são, habitualmente, apresentadas através de uma universidade, de um centro de formação ou de uma empresa. Estas entidades podem candidatar-se para receber apoios do programa, inscrevendo-se através dos meios oficiais.
2. Admissões especiais para estrangeiros
A maioria das universidades têm, atualmente, programas especiais de admissão para estrangeiros. Esta é, assim, outra forma para conseguir estudar no estrangeiro.
Nesse sentido, procura obter informações junto da universidade/universidades pretendidas, consultando a informação que disponibilizam online. Os seus sites costumam ser bastante esclarecedores, mas podes também usar os respetivos meios de contacto para esclarecer dúvidas.
Desta forma, podes fazer um semestre lá fora, ou até um ano completo, conforme for o teu desejo, ou as tuas possibilidades financeiras.
Há cada vez maior abertura das instituições do ensino superior para acolherem estudantes internacionais.
3. Participa num estudo internacional
Uma excelente forma de solidificar os teus conhecimentos académicos, e de fortalecer o teu currículo, é abraçar um estudo independente e global.
Imagina que tens um trabalho académico a meio, talvez uma tese de mestrado, que pode valorizar-se com uma abordagem mais internacional. Podes tentar aprofundar os teus estudos noutro país, quem sabe até procurando colaboração com outros profissionais da área.
Este tipo de estudos é, muitas vezes, realizado com o patrocínio de universidades, pois também é uma oportunidade para estas se evidenciarem em certas áreas científicas.
Mas, neste caso, é preciso que sejas tu a mexer os cordelinhos, contactando instituições, professores e potenciais conselheiros académicos que te possam vir a ajudar.
4. Faz um curso de Línguas lá fora
Quer ainda estejas a estudar, quer já te tenhas formado há algum tempo, estudar uma Língua no país de origem desta é sempre uma boa ideia. É a melhor forma de solidificar conceitos e de aprender, “bebendo” da experiência e do saber dos locais.
Portanto, podes passar um período a estudar uma Língua numa escola estrangeira.
Neste caso, terás de tratar também de todo o processo burocrático, nomeadamente do alojamento. As opções podem ser ficar a viver com uma “família de acolhimento”, algo que muitas instituições estrangeiras disponibilizam, ou arrendar um quarto ou um apartamento.
5. Estuda no estrangeiro virtualmente
Nem sempre a capacidade financeira, ou académica e profissional, permite dar esse passo de estudar no estrangeiro. Mas isso não significa que o teu sonho tenha as “pernas cortadas”. Ainda podes fazê-lo de forma virtual!
Atualmente, há várias universidades que incluem no seu portefólio de cursos opções de e-learning. Deste modo, podes estudar no estrangeiro sem sair de casa.
Há bolsas para estudar no estrangeiro?
A questão financeira é, muitas vezes, um entrave para muitos dos que desejariam ter uma experiência académica lá fora. Mas há bolsas para estudar no estrangeiro que podem ajudar a pagar, pelo menos, uma parte das despesas.
Mas que tipos de bolsas existem? Podemos dividi-las nas seguintes categorias:
- 1. Bolsas de estudo atribuídas pelas instituições que recebem os estudantes internacionais
- 2. Bolsas atribuídas pelo Governo do país em causa aos alunos de outros países
- 3. Bolsas de estudo oferecidas por empresas, organizações ou fundos privados.
Se já fores bolseiro, por exemplo, recebendo uma bolsa da universidade que frequentas, é provável que consigas mantê-la nessa tua aventura no estrangeiro. Contudo, o melhor é falares com os responsáveis dos serviços de Ação Social para teres a certeza.
Apesar de haver estes apoios, é importante perceber que quase nenhum deles suportará a totalidade das tuas despesas. Portanto, é preciso que o dinheiro venha também de algum outro lado.
Deste modo, é importante que conheças todos os detalhes para estares preparado quando chegar a “hora da verdade”. Faz uma pesquisa prévia sobre o custo de vida na cidade para onde queres ir, nomeadamente quanto ao alojamento e a comida que serão as tuas principais despesas.
Alguns países têm propinas baixas ou gratuitas
Se não conseguires uma bolsa de estudo, ainda existe a possibilidade de beneficiar das especiais condições de educação que alguns países oferecem.
Para estudantes de estados-membro da UE as coisas podem ser mais fáceis, uma vez que podem beneficiar de propinas gratuitas em países como França, Alemanha, Grécia, Noruega, Suécia, Dinamarca e Áustria, entre outros.
Já os estudantes de fora da UE poderão suportar valores que vão dos 1500 euros em países como Áustria e Grécia, aos 20 mil euros em nações como Finlândia e Suécia.
Cuidados que deves ter antes de partir
O entusiasmo é natural perante a possibilidade de partir à aventura para outro país. Mas é importante “pôr os pés no chão” para pensar em alguns pormenores importantes. Assim, vamos indicar-te duas coisas essenciais com que tens de te preocupar antes de mais.
Aprender Inglês
Se não dominas muito bem o Inglês, é hora de aprender – se pensares ir para algum país onde não se fale Português. Essa será, provavelmente, a tua principal Língua enquanto lá estiveres.
Vê que até terás que a usar nas aulas e nos trabalhos académicos – a não ser que domines a Língua local. Portanto, prepara-te para melhorar o teu Inglês se quiseres comunicar melhor.
Pensa num Seguro de Saúde
Ninguém pensa que vai ficar doente quando planeia uma viagem! Mas esse cenário é sempre possível. E se vais viver no estrangeiro durante algum tempo, é mesmo essencial que ponderes essa realidade.
Assim, deves ter uma ideia de como funciona o sistema de saúde no país para onde vais. Conforme sejam as coisas, pode ser vantajoso fazer um Seguro de Saúde.
De resto, certos países e instituições de ensino até podem exigir que tenhas algum tipo de cobertura, em termos de saúde, como critério de entrada.
No caso dos estados-membro da UE, não é obrigatório, pois aplica-se o direito europeu. Qualquer cidadão comunitário tem acesso à saúde no seio da UE. Contudo, ainda assim, pode ser recomendável para facilitar e agilizar o acesso a cuidados de saúde, especialmente nos países onde os sistemas de saúde funcionem pior.
Sentes-te pronto para estudar no estrangeiro?
Não há uma forma certa, ou melhor, de partir para uma aventura destas. São as circunstâncias de cada pessoa, bem como a sua própria personalidade e os objetivos de vida, que determinam como as coisas devem ser feitas.
Deves encarar este tipo de experiência como algo que te vai marcar para a vida, idealmente pelos melhores motivos. Mas é também um investimento no teu futuro profissional.
Por isso, antes de pensares em estudar no estrangeiro, pensa primeiro naquilo que queres fazer da tua vida. De que modo é que esta viagem te vai marcar? Como pode ajudar ao teu crescimento pessoal e profissional?
Depois, procura toda a informação possível e escolher a melhor opção em função dessas respostas. A seguir, só tens de aproveitar a aventura!