Encontrar emprego exige paciência e empenho e a busca pode ser comparada à procura por um namorado. Mas, afinal, como descobrir o match perfeito no trabalho? Eis algumas dicas…
Quem anda em busca do amor online, em sites ou apps de encontros, sabe que o que não falta são sapos!
Nestas plataformas digitais focadas nos relacionamentos amorosos, as pessoas nem sempre são aquilo que parecem – ou aquilo que querem parecer. Há quem minta sobre o passado, quem finja sobre o tipo de trabalho que faz ou até sobre os principais traços de personalidade. E há ainda quem minta sobre o seu aspeto. É difícil encontrar príncipes encantados de verdade!
Mas estas ideias também podem aplicar-se à procura de emprego. Assim, o CV, ou seja, o curriculum vitae, é semelhante ao perfil que se coloca numa app de encontros, focando tudo o que há de positivo sobre nós e omitindo, ou escondendo, as nossas falhas ou imperfeições.
Da mesma forma, o encontro face a face é decisivo tanto num date amoroso como numa entrevista de emprego. É o momento de pôr as cartas na mesa e isso exige honestidade, mas também capacidade de trazer à tona o que há de melhor em nós.
Como encontrar emprego e descobrir o match perfeito?
Contudo, hoje em dia, é preciso ver que já não é só o empregador que tem de ser conquistado. Cada vez mais, as empresas precisam de saber como cativar novos colaboradores num tempo em que a falta de mão-de-obra é um problema em várias áreas profissionais.
Há mais procura do que oferta para profissões tão distintas como professores e motoristas de pesados ou Caminhoneiros. E existem milhares de ofertas de emprego sem candidatos para as preencher!
Estamos, assim, a falar de encontrar o match perfeito no mercado de trabalho – um “clique” que pode ser ainda mais difícil do que uma combinação perfeita no Tinder ou em outra app de encontros do mesmo género.
O segredo para conquistar talentos
A captação de talentos é, cada vez mais, um problema para muitas empresas, sobretudo nas áreas mais competitivas.
Ainda recentemente, se falava de “guerra de talentos”, face a tantos candidatos aos mesmos lugares. Contudo, já não há guerra de talentos. “O talento ganhou a guerra”, como nota o fundador e co-CEO da plataforma digital Harpoon.jobs, Mathieu Douziech, em declarações divulgadas pelo site de informação Eco.
Assim, hoje em dia, são os candidatos a emprego quem dita as regras do jogo. E há um número crescente de plataformas digitais, como a Harpoon.jobs, que se dedicam a fazer o “match perfeito” entre empresas e os talentos de que precisam.
E já não é só o salário o fator que mais pesa na hora de um candidato escolher uma determinada empresa. Claro que é um dado importante porque todos temos contas para pagar. Mas há outros valores que também falam alto, desde os benefícios à flexibilidade de horários ou à possibilidade de fazer trabalho remoto.
“A questão do propósito é [também] cada vez mais importante. De que forma é que esta empresa vem enriquecer a minha vida? Enriquecer não no sentido monetário, mas ao nível de experiência, contributo, impacto”, nota ainda Mathieu Douziech no Eco.
Portanto, é como encontrar o namorado certo, em que existe uma ponderação global sobre os prós e os contras de entrar numa relação a dois.
Já não se trata de agarrar a primeira oportunidade para ter um salário ao fim do mês. As pessoas precisam de sentir-se valorizadas e de ter um propósito de vida que as faça desejarem fazer parte daquela empresa.
Competências são cada vez mais importantes
Para as empresas, a experiência e as qualificações académicas eram os fatores determinantes na hora de contratar alguém, mas isso foi no passado.
Atualmente, são as competências, nomeadamente as interpessoais, que mais pesam na hora de encontrar a pessoa certa para um dado lugar. Até porque as empresas precisam de pessoas que se adaptem de forma rápida às suas necessidades e circunstâncias.
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“Hoje em dia, as empresas precisam de pessoas que sejam, não só boas naquilo que sabem fazer, mas essencialmente que sejam resilientes e empáticas, para saberem gerir a instabilidade e a insegurança que as suas equipas sentem”, aponta Elísio Sousa, chief operating officer da Harpoon.jobs, também em declarações ao Eco.
Elísio Sousa destaca que as empresas “também querem pessoas que tenham uma capacidade de adaptação muito grande, porque, de repente, o mercado fecha, o trabalho passa a ser híbrido, as equipas têm outras necessidades”.
Além disso, “as empresas precisam de perfis com um mindset digital, capaz de, a qualquer momento, transformar aquilo que sempre se fez de determinada maneira num novo processo digital”, aponta ainda Elísio Sousa.
“Em termos de função, cada vez mais as empresas procuram perfis analíticos, data scientists, perfis de web3, perfis de transformação digital da estratégia do negócio, seja em que setor for”, acrescenta o chief operating officer.
Do namoro ao “match de talento”… até encontrar emprego
As plataformas digitais que se dedicam a fazer aquilo que se chama de “match de talento”, ou seja, a alinhar as necessidades de uma empresa com as expetativas e objetivos de um candidato a emprego, usam, muitas vezes, algoritmos informáticos para esse efeito.
Contudo, recorrem também a “uma rede de referenciadores” e a consultores que ajudam a encontrar “as ‘agulhas no palheiro’”, como destaca Elísio Sousa no Eco. Esse trabalho é, de forma cada vez mais marcada, o segredo de sucesso das grandes empresas.
A descoberta de novos talentos também pode passar por redes sociais como o LinkedIn e outras, com contactos diretos a profissionais que se destaquem em função do que a empresa procura.
Mas, no fim de contas, as entrevistas face a face são determinantes, tal como os primeiros encontros nos dates.
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Há também “uma fase de namoro, onde, se não há vontade de se conhecer mais” e “se não se sente uma base de entendimento, de empatia e até de entusiasmo”, como refere Elísio Sousa, será impossível haver o tal “match perfeito” tão desejado entre candidato a emprego e empregador.
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