As 6 principais tendências do mercado de trabalho para 2023

Autor de joias

Está a chegar um novo ano e, por isso, é tempo de antever as tendências do mercado de trabalho para 2023 – e algumas podem deixar-te surpreendido!

Com 2022 a terminar, podemos lembrar como este ano foi turbulento a vários níveis. Por um lado, começou uma guerra na Europa que apanhou o mundo de surpresa, tanto mais depois de um difícil 2021, marcado pela pandemia de covid-19.

Assim, depois da urgência sanitária que confinou milhões de pessoas em casa, veio a incerteza provocada pela guerra na Ucrânia, com a crise do gás e a inflação a disparar.

Pelo meio, o ano ficou marcado por várias mudanças no mercado de trabalho, especialmente com o crescimento do teletrabalho. “A Grande Demissão” e o quiet quitting foram outras tendências que marcaram 2022, implicando novos desafios para as empresas que têm de ser cada vez mais criativas a contratar.

Mas com o cair do pano sobre 2022, o que poderemos esperar para o próximo ano?

6 tendências do mercado de trabalho para 2023

No ano que aí vem vão continuar a crescer algumas das tendências já verificadas em 2022. Os locais de trabalho estão a tornar-se, gradualmente, mais diversificados e mais remotos do que nunca.

Além disso, vai tornar-se cada vez mais importante a flexibilidade de empresas e trabalhadores, para se adaptarem às mudanças do mercado laboral. Isto vai promover uma cultura de maior tolerância relativamente às necessidades e expectativas de cada pessoa.

As novas tecnologias também serão usadas em prol dos interesses das empresas, nomeadamente para monitorizar os trabalhadores.

Estas são algumas das tendências assinaladas pela especialista de coaching de carreira Caroline Castrillon num artigo para a Forbes, e pelo futurista Bernard Marr, influenciador e autor conhecido com várias obras escritas nas áreas dos negócios e das tecnologias.

Infográfico com as tendências do mercado de trabalho para 2023.

Vamos, de seguida, abordar as tendências apresentadas pelos dois especialistas de forma mais detalhada…

1. Disputa pelos melhores talentos

Os trabalhadores, sobretudo os que têm qualidade e as competências certas, vão ter “a face e o queijo na mão”, com as empresas a disputarem os melhores talentos.

Este cenário dá um empoderamento interessante aos trabalhadores que poderão exigir maiores salários e melhores benefícios, colocando exigências em cima da mesa para assinarem contratos.

Os estudantes que vão sair da faculdade em 2023 podem também ter ótimas oportunidades de empregabilidade, encontrando melhores condições do que seria expectável noutros anos. Claro que isso depende sempre das qualificações, da atividade e da profissão envolvidos.

Neste âmbito, a transparência salarial é outro fator importante. Os trabalhadores querem, cada vez mais, ter a perceção de como é que os seus esforços estão a ser recompensados, e em que medida o seu contributo para o sucesso da empresa é valorizado.

Trata-se de outro dado importante para atrair e reter talentos. A clareza na política salarial, com os atrativos certos, pode fazer a diferença na hora de contratar os melhores do mercado.

2. Flexibilidade entre trabalho remoto e trabalho no escritório

A pandemia mostrou ao mundo as maravilhas do teletrabalho e há quem não esteja disposto a abdicar dessa possibilidade. Assim, as empresas precisam de ser abertas a um regime que permita trabalhar, pelo menos em parte do tempo, fora do escritório, por via remota.

Em 2023, espera-se que haja maior flexibilidade para conciliar os dois modelos, implementando-se um formato híbrido, permitindo ficar em casa nuns dias e ir ao escritório noutros.

Contudo, este modelo pode trazer alguns problemas, pois pode fazer com que alguns colaboradores se sintam menos conectados com os colegas. Isso vai criar dificuldades em desenvolver uma cultura de empresa.

3. Horário de trabalho mais flexível

No ano que está à porta, algumas empresas também podem, gradualmente, começar a “despedir-se” da semana de trabalho de cinco dias.

Já vários países têm feito experiências com quatro dias de trabalho por semana e os resultados têm sido positivos no geral.

Nos próximos tempos, devem surgir novos projetos neste âmbito, pois diz-se que pode aumentar a produtividade e permitir conciliar melhor as vidas pessoal e profissional – portanto, ficam todos a ganhar!

A semana de trabalho de quatro dias é assim outra tendência em crescendo e que alguns trabalhadores podem desejar abraçar.

Mas vê que não se trata, na maioria dos casos, de trabalhar menos horas, apenas de adaptar o horário, condensando em quatro dias as horas que trabalhariam em cinco dias.

Contudo, algumas empresas admitem mesmo reduzir o horário de facto, sem reduzir salários. Este cenário pode implicar resultados positivos para a saúde mental e física dos trabalhadores, e isso pode trazer benefícios em termos de produtividade global.

4. Monitorização dos trabalhadores

Com o aumento do trabalho remoto, vai também aumentar a “vigilância” sobre os trabalhadores. Cada vez mais empresas estão a apostar em ferramentas de monitorização dos seus funcionários. Assim, recorrem a softwares que permitem “vigiar” o que estes andam a fazer e de que modo estão a gastar o seu tempo.

Trata-se de rastrear a atividade dos colaboradores. Mas é um grande desafio para as empresas, pois têm de equilibrar os seus interesses com a privacidade e os direitos pessoais dos seus trabalhadores.

5. Saúde mental a ganhar importância

A questão da saúde mental e do trabalho tem vindo a ganhar cada vez mais importância. A pandemia veio colocar o foco nestes aspetos. Mas em 2023, continuará a dar-se ênfase ao assunto, até porque as empresas estão mais alertas para a associação entre o bem-estar mental e a produtividade.

Numa altura de incerteza financeira, marcada por uma inflação galopante e muitas dúvidas quanto ao futuro, os problemas psicológicos podem agravar-se. Isso vai exigir um maior investimento dos empregadores no bem-estar mental dos seus colaboradores.

Uma das situações que podem tentar prevenir é o “burnout“, ou seja, o esgotamento, que é uma das causas de abandono do emprego.

Neste âmbito, as empresas também podem usar os softwares de monitorização de trabalhadores para incutir práticas saudáveis, por exemplo, pausas a meio do trabalho.

6. Melhor colaboração online com o metaverso

O aumento do trabalho remoto também vai exigir ambientes online cada vez mais colaborativos. Neste caso, pode sentir-se o impacto do metaverso em várias organizações ao longo de 2023.

A expetativa é que haja “ambientes de trabalho colaborativos cada vez mais imersivos”, como destaca Marr, recordando que já há gigantes tecnológicas a investirem nesta área.

A Meta, a empresa que detém o Facebook e o Instagram, está a apostar na plataforma Horizon Workrooms. Já a plataforma Mesh da Microsoft permite adicionar avatares e recursos de realidade aumentada ao ambiente de trabalho colaborativo do Microsoft Teams.

Mas também a plataforma de videoconferência Zoom está a lançar novas funcionalidades que permitem criar salas de reunião e “quadros brancos”, para facilitar o trabalho colaborativo.

Assim, em 2023, podemos esperar “reuniões virtuais, sessões de formação e apresentação de vendas mais imersivas e envolventes”, com ambientes multifuncionais, como realça Marr.

Agora que já conheces estas seis tendências do mercado de trabalho para 2023, podes pensar em como te adaptar ao que aí vem. Trata de planear qual é o papel que queres desempenhar no “admirável mundo novo” do futuro próximo e prepara-te devidamente.

Parece evidente que o “poder” está, cada vez mais, nas mãos dos trabalhadores com talento. Assim, as empresas de maior sucesso serão as que colocarem os funcionários em primeiro lugar.

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