Sericicultura (Criação de Bichos-da-Seda)

Sericicultura Criacao Bichos-de-Seda

A Sericicultura ou Sericultura é uma área da Zootecnia que se dedica à criação do Bicho-da-Seda. Estes pequenos animais são usados para produzir seda, um material nobre que continua a ser muito usado pelo setor têxtil. Mas vem saber tudo sobre esta profissão…

Em Latim, seda diz-se Sericum, termo que determina o aparecimento da palavra Sericicultura. Em português, esta pode ser definida como a cultura da seda, sendo que o Sericicultor é o profissional que se dedica à atividade que assenta na Criação de Bichos-da-Seda.

Estes pequenos insetos são originários da China e foram domesticados há mais de 3 mil anos. É a espécie bombyx mori que é utilizada na produção de fios de seda. O termo mori reporta para a palavra amoreira que é a base da alimentação destes bichos tão especiais.

A produção de bichos-da-seda é considerada uma das mais antigas atividades agrícolas. Além da Criação dos insetos, a produção envolve também o cultivo da amoreira para os alimentar, a preparação dos ovos, o desenvolvimento das lagartas, bem como a extração dos fios de seda, a sua tecelagem e venda.

A seda continua a ser um material nobre e, portanto, mais caro. Pois é uma fibra natural, antialérgica e que é adequada para vários tipos de climas, sendo ideal para enfrentar dias quentes…

O que é Sericicultura

A Sericicultura é a arte de Criação dos Bichos-da-Seda e está diretamente ligada à cultura da amoreira, uma vez que são as folhas desta árvore que alimentam os insetos.

Apesar de pequenos, estão sempre a comer e as folhas podem ter de ser trocadas cinco vezes por dia.

A produção de Seda passa por várias fases, desde a fase do acasalamento das borboletas até à recolha dos ovos que deixam nas folhas. Após o nascimento das lagartas, é preciso alimentá-las com as folhas de amoreira frescas.

É nesta fase que as lagartas libertam o líquido da seda, conhecido por fibroína, que é envolto numa goma, a sericina, e que, portanto, dá origem ao casulo. É o próprio Bicho-da-Seda que envolve os casulos com mestria natural.

O casulo serviria para que a lagarta vire borboleta, mas para produzir seda é preciso secá-lo e cozê-lo com o inseto lá dentro.

A cozedura amolece a sericina e permite esticar os fios, formando os fios de seda. Todavia, ainda é preciso entrelaçar estes fios em teares adequados. Além disso, depois pode-se tingir a seda natural que é branca.

Como é a Criação de Bichos-da-Seda

A lenda do Bicho-da-Seda

A Sericultura é a atividade agrícola industrial mais antiga do mundo depois de ter surgido na China há mais de 5.000 anos.

Atualmente, há mais de 50 países que se dedicam a esta cultura, mas a China surge na frente com 70% de toda a produção mundial.

Durante milénios, os chineses foram os únicos produtores de seda. A origem da Sericicultura é atribuída à imperatriz chinesa Hsi-Ling-Shi.

Uma lenda de Confúcio conta que, em 2640 antes de Cristo, caiu um casulo de Bicho-de-Seda no chá quente de Hsi-Ling-Shi enquanto esta descansava à sombra de uma amoreira.

Portanto, enquanto o casulo molhado amolecia, a imperatriz percebeu que se desenrolava. Assim, formava um fio contínuo que depois seria transformado num tecido fino.

Não se sabe se a lenda é verdadeira. Mas, durante muitos anos, não se podia vender ovos das lagartas e de sementes de amoreira para outros países. Os culpados enfrentavam a pena de morte.

Contudo, a descoberta dos segredos da seda só chegou aos europeus depois de o imperador romano Justiniano ter enviado monges para espiarem os chineses. Estes monges terão voltado com ovos de Bichos-da-seda escondidos em bordões de bambu.

A Rota da Seda foi essencial para a China durante Séculos, mas só até os portugueses descobrirem o caminho marítimo para a Índia.

Em Portugal, a produção de seda já foi uma atividade económica importante. Mas, atualmente, é quase inexistente. Assim, importa-se a maior parte da seda usada nos têxteis portugueses de países como Brasil e Turquia.

O Brasil é o quarto maior produtor de seda do mundo, com especial ênfase para a região do Paraná que concentra 85% da produção nacional.

Quanto ganha um Sericultor

A seda continua a ser um material nobre e que, portanto, pode oferecer uma boa rentabilidade. Mas é preciso ter os conhecimentos técnicos necessários para esta cultura tão específica.

Contudo, não é preciso ter grandes áreas de terreno para desenvolver a Sericicultura. Além desta vantagem, também se pode cultivar a alimentação dos Bichos-da-Seda. E isto ajuda a reduzir as despesas rotineiras.

Além disso, a amoreira adapta-se a vários tipos de climas e, por isso, pode ser produzida com facilidade em diferentes locais.

A área é bastante rentável, mas falta mão-de-obra qualificada. Contudo, é preciso considerar ainda que os pequenos produtores nacionais podem ter dificuldades em concorrer com os grandes produtores de países como a China que podem praticar preços mais baixos.

Todavia, com muito empenho e muito trabalho, a Criação de Bichos-da-seda pode garantir rendimentos interessantes.

Fica connosco para saberes mais sobre a profissão…

O que faz um Criador de Bichos-da-Seda

A Sericultura é uma atividade bastante exigente que requer muita entrega. Portanto, é preciso gastar muitas horas de trabalho e fazer sacrifícios para cuidar dos Bichos-da-Seda.

Manter as larvas bem nutridas é um dos grandes desafios do Sericultor. Isto porque elas precisam de estar sempre bem alimentadas. Mas se achas que por serem bichos tão pequenos comem pouco, precisas de perceber que são bastante gulosos.

Outra tarefa essencial destes profissionais é manter as instalações bem limpas, pois é preciso evitar a todo o custo que os insetos ganhem doenças.

Além disso, em Sericicultura é preciso fazer um elevado planeamento a médio e longo prazo, uma vez que durante os meses mais frios, a produção para. Assim, é preciso reservar dinheiro para esse período.

Nos meses mais frios e húmidos, os produtores devem preparar as culturas de amoreira que são essenciais para alimentar os Bichos-da-Seda.

Mas além das tarefas diárias associadas à produção, o Sericultor pode ter de organizar a venda dos produtos, além de gerir faturas, despesas e os trabalhadores que tenha ao serviço. Portanto, não falta o que fazer.

Mas vem descobrir tudo sobre o quotidiano da atividade…

Quais as suas funções

O trabalho de um Sericultor é muito variado e abrangente. Portanto, tem responsabilidades não apenas associadas à Criação dos Bichos-da-Seda. Mas também lhe cabe abarcar uma série de outras tarefas.

Assim, para teres uma ideia do que está em jogo, vamos resumir aquelas que são as principais funções de quem trabalha em Sericultura:

  • Plantar e cuidar do cultivo de amoreiras.
  • Manter o local da Criação dos Bichos-da-Seda limpo
  • Distribuir lagartas pelas “camas” de criação
  • Identificar em que estado de desenvolvimento estão as lagartas
  • Pelar casulos
  • Classificar casulos de acordo com a sua qualidade
  • Retirar lagartas mortas e sem casulo
  • Controlar pragas e doenças
  • Zelar pelo estado dos equipamentos
  • Reparar instalações caso seja preciso.

Agora que já sabes o que faz um Sericultor, vem saber como entrar neste mundo….

Saídas no Mercado de Trabalho

O mercado da Sericicultura viveu um período de preços muito baixos, o que levou Sericicultores a deixarem a atividade. Mas a escassez de produtores acabou por motivar o aumento de preços e o setor revitalizou-se.

Atualmente, nalgumas regiões, os Sericultores têm a vida facilitada, pois contam com o apoio de associações que ajudam no plantio da amoreira, na plantação da terra e até durante toda a cadeia de produção. Contudo, há muita dificuldade em encontrar mão de obra qualificada.

A maioria das produções são de tipo familiar, empregando elementos desse agregado, pelo que existem poucas oportunidades de emprego.

Um Sericultor pode trabalhar em Associações de produtores e cooperativas, além de propriedades rurais.

Nos últimos anos, o setor foi ameaçado por polémicas ambientais, pois é preciso ferver os Bichos-da-Seda vivos para retirar a seda dos casulos. Várias marcas de roupa conhecidas anunciaram que deixaram de usar a seda natural que é produzida desta forma.

Mas, por outro lado, há ambientalistas que notam que a Sericicultura é uma produção sustentável, até porque não se podem usar químicos, por exemplo, no tratamento das amoreiras. Pois, isso mataria os Bichos-da-Seda.

Como entrar na carreira de Sericultura

Esta é uma área muito particular que requer conhecimentos específicos. Portanto, o primeiro passo para entrar no setor é fazer um curso profissional ou algum tipo de formação técnica.

Atualmente, fruto das muitas pesquisas feitas, há avanços tecnológicos a surgir sobre temas tão diversos como, por exemplo, técnicas de poda, de adubação e irrigação.

Além disso, há processos automatizados que é preciso conhecer para facilitar o processo de Criação de Bichos-da-Seda, nomeadamente para o tornar mais rentável.

Nos últimos anos, muitos jovens têm optado por trocar as cidades pelo campo e a Sericicultura pode ser uma boa solução para quem gosta de trabalhar ao ar livre, sem horários rígidos.

Descobre como podes aprender este ofício…

Onde estudar Sericicultura

Os cursos de formação em Sericultura não abundam. Aliás, são mesmo raros, embora a temática surja, muitas vezes, como disciplina em cursos superiores da área Zootécnica, por exemplo.

Contudo, há diversas entidades e associações que podem promover ações de formação nesta área e que vale a pena consultar.

Fica, assim, com algumas ideias de onde podes recorrer para encontrar formação em Sericicultura…

Portugal:

Brasil:

Agora que já sabes o que é e o que faz um Sericicultor, analisa bem se é o que queres para o teu futuro. Pois, o mundo da Sericicultura é tão desafiante como complexo. Mas se tens dentro de ti um produtor de Sericultura a efervescer, tem muito sucesso.

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